É o tempo da vinha
É o tempo do silêncio
Guardem seus tesouros
e adormeçam nos braços
de seus amores.
É o tempo de estender a vela.
Trombetas de anjos impiedosos
ouço nas montanhas.
É o tempo das caças,
a hibernação finda.
É o tempo do verão
e dos barcos da Rainha.
É o tempo da vinha.
Friday, March 30, 2007
Saturday, March 10, 2007
Cosme Velho, poema de chegada
Cosme Velho
Hoje amplo vento
Ontem um tormento.
Pão e leite que adormecem
quentes à nossa mesa.
No céu estrelas giram lentas
- e loucas, nadam em escuro.
Hoje, a selvagem calma.
Hoje, guargem seus tesouros
- pois o mundo é maligno.
Guardem seus tesouros
- há neblina e intriga.
Na rua, a divindade caminha.
No ar, pisa o pé bailarino
Na água, flutua o embrião
da ingenuidade e da solidão.
Guardem seus tesouros
e não se envergonhem de sua nudez
- pois eles se esconderam
e o anjo lhes apontou a saída do Éden
- nus e tristes.
Guardem seus tesouros
O anjo vingador está embaixo
na orla dos homens maus.
Não temam seus amores
Abençoados serão os puros
Eleitos serão os intolerantes.
- Guardem-se sob o céu negro
e estrelas entoarão seus mantras.
Sorvam apenas a última essência
o mais fino tanino
e adormeçam num silêncio
de altar e orem
em sonhos de gardênias nuas.
Subscribe to:
Posts (Atom)