Friday, November 20, 2009
Torrente
A beleza me arrasta
veja a folha na água da chuva.
Arrasta-me a torrente do mundo
e os ventos com olhos e mãos.
Não me condene por ser leviana.
Mas se condenar, tampouco me importa.
Já sou folha na água da chuva.
Não adianta que me aconselhem e me digam o óbvio
de muitas gerações, conselho aprovado por matronas
que beleza não é o mundo, que a realidade é faminta
de conteúdo e regras sujas de graxa e fedendo a secretarias.
Escolho a beleza.
Por clareza, por transparência de propósitos.
Querem minha honestidade? Meu sangue, vísceras?
Escolho a beleza.
Sigo a água da chuva.
Quando eu morrer, que diferença isto faz?
A água é soberana.
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