Seguem meus passos na lama da chuva,
mas não me vêem na neblina.
Repetem o eco de minha voz no vale noturno
mas não encontram o tom menor da canção.
Bebem minhas lágrimas e desejam minha pele,
mas não convencem com suas políticas e palavras alheias.
Rastejam atrás de meus doze véus escuros
mas não encontram em suas sombras a luz.
Os inimigos são muitos,
a poeira é densa, a noite é longa e a água é pouca.
Mas seguem meus passos ainda,
no areal, na neve e nos campos, mas não me vêem.