Faz um grande vazio no céu da minha cabeça
Mas não daqueles de noites sem estrelas
e sim um céu azul, gelado, banhado de um sol
de depois da chuva, em manhã de outono.
Uma despedida que não é de lágrimas
nem de adeuses prolongados, cansativos, doloridos.
É uma despedida que é riacho floresta abaixo,
gota de sereno adentrando o mar imenso,
poeta e guitarra decolando para um novo continente.
É a lua que, generosa e elegante, aceita a inexorável luz dourada do dia.
É vento que traz e leva um perfume de jasmim no meio da rua.
Tuas palavras estão nos nossos ouvidos,
e nas mãozinhas das crianças, e nos ensaios da intelligentsia,
e nas velas que os monges acenderam para você.
Até mais, Leonard.
Em breve a noite chega, e a luz graciosamente aceita a escuridão.