Deixo-te, mas na alma
Há rios que transbordam.
Despeço-me gentilmente
Servil e respeitosa.
Silencio diante das câmaras
Delicadamente iluminadas.
Deixo-te sem revoltas
Sem paganismos e grandes ares
Sem rancores de prisioneiros.
Deixo-te sem rumores
E tranco a porta ao sair.
A mesa, sem migalhas,
Repousa na penumbra
Da tarde de um inverno puro.
Queria ter te deixado
Um largo patrimônio
Ou uma obra da qual
Tivesses algum proveito.
Não sendo isto possível, calo-me
no campesinato satisfeito
de minha livre indigência.
Deixo-te coroas de louro
Desbotadas pela falta de uso.
Deixo-te cânticos meio escritos
E taças de licor pela metade.
Deixo-te nenhures,
À porta, à estrada.
2 comments:
Só tenho a dizer...
"Seja muito bem vinda ao fascinante mundo das Letras".
=]
Bjos! Té sábado! ;)
Confesso que fui surpreendida... mas você tem todo meu respeito e incentivos para buscar aquilo que a faça se sentir realizada, completa, feliz.
A vida é curta demais, passa assim, tão rapidinho...
Vai em frente e longe, só não muito depressa para não tropeçar e seus amigos não te perderem de vista, tá?
Avise a data da defesa quando souber. Gostaria muito de compartilhar esse momento com você.
Beijos enormes da Bia.
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