1. Terra
mergulha o corpo
nos gomos da água
que, maduras, as flores
cantarão seus hinos agridoces.
2. Fogo
voam nos céus de janeiro
os pássaros da revolução
A cada manhã, um destino
A cada noite, uma canção
3. Água
estamos soltos no meio do Nada
e em caixas de chuva, giramos lentos.
Entretanto, os peixes no claro oceano
são as folhas soltas do pensamento.
4. Ar
os espíritos estão à volta
orações ouvidas no nevoeiro
Nada muda neste universo inteiro
pois bebo café no fresco janeiro.
Wednesday, January 31, 2007
Wednesday, January 03, 2007
Ipanema
Afinal, sou uma feiticeira
que produz poções fatais.
Mas duendes e flores brancas
que já não passam de espuma.
Tua presença nas folhas
de alegre deus no vento
não era mais do que
minha própria divindade
espraiada no mundo.
Eu mesma era quem dançava
nas gotas frescas de chuva.
Espuma, luz de crepúsculo,
cascas de nozes e taças vazias.
Pobre musa, que envelhece
e vira bruma...
Agora de teu corpo
quero apenas os de outros,
e outros frutos,
e sementes roxas
de romãs tensas de água.
Quero as tardes alheias.
Sou o perigo do Deus criador.
Sou Brahma que explode cogumelos
tingidos no meio do vale
e Shiva que pisa no vinho mortal.
Sou a dança destruidora.
Musa, te deixo na estrada.
Encontrarás quem te ame
os pés inchados e o ventre infame.
Só amo os belos.
Só amo os imortais.
Musa, da onda da minha paixão
és agora inerte e fria espuma.
que produz poções fatais.
Mas duendes e flores brancas
que já não passam de espuma.
Tua presença nas folhas
de alegre deus no vento
não era mais do que
minha própria divindade
espraiada no mundo.
Eu mesma era quem dançava
nas gotas frescas de chuva.
Espuma, luz de crepúsculo,
cascas de nozes e taças vazias.
Pobre musa, que envelhece
e vira bruma...
Agora de teu corpo
quero apenas os de outros,
e outros frutos,
e sementes roxas
de romãs tensas de água.
Quero as tardes alheias.
Sou o perigo do Deus criador.
Sou Brahma que explode cogumelos
tingidos no meio do vale
e Shiva que pisa no vinho mortal.
Sou a dança destruidora.
Musa, te deixo na estrada.
Encontrarás quem te ame
os pés inchados e o ventre infame.
Só amo os belos.
Só amo os imortais.
Musa, da onda da minha paixão
és agora inerte e fria espuma.
Os Cem Dias
Após cem dias
vejo a luz
O círculo antártico
morre em anagramas
de gelo maligno.
Após cem dias
o cárcere se afasta
Cem dias passei inerte
no escuro solene
em agonia ardente
Cem dias revolvi
a grama seca
as cascas de nozes, vazias
Cem dias suguei
o leite triste e dúbio
das esferas desérticas.
Cem dias procurando
pelo caixeiro-viajante
e suas caixas de amoras
e uvas vermelhas.
Cem dias de uivos
Cem dias de brancura.
Após a longa expiação
surge a estrela
alta na manhã dourada.
Surge a primeira
razão alta na madrugada.
Após cem dias
estou livre
e eis o mar.
vejo a luz
O círculo antártico
morre em anagramas
de gelo maligno.
Após cem dias
o cárcere se afasta
Cem dias passei inerte
no escuro solene
em agonia ardente
Cem dias revolvi
a grama seca
as cascas de nozes, vazias
Cem dias suguei
o leite triste e dúbio
das esferas desérticas.
Cem dias procurando
pelo caixeiro-viajante
e suas caixas de amoras
e uvas vermelhas.
Cem dias de uivos
Cem dias de brancura.
Após a longa expiação
surge a estrela
alta na manhã dourada.
Surge a primeira
razão alta na madrugada.
Após cem dias
estou livre
e eis o mar.
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