Sunday, June 08, 2008

Os Pássaros e Truffaut






Abrimos as janelas e os azuis revoam.

A cidade está agora embriagada em calmo frio
Num abraço sinto teu coração sobressaltado
de névoa cintilante qua as gaivotas deixam para trás.
Sonho que toco tuas mãos e as penas das aves
entre folhas de árvores espargem luzes ao Tempo.
E o Sol num instante acorda e toma seu cetro,
e desperta teu olhar que em tímido verde-escuro
passeia e percebe o silencioso movimento
de cenas e nossos amores desenhados em nanquim
Estes caminham pela sala, sentam-se e põem flores
nos vasos.

A cidade está imersa em seus desdéns.
Nós nos perdemos do Tempo, e isso nos dá direito
ao canto
como aos poetas cegos de outrora
era dada uma nova e profunda visão.
O céu nos responde com uma cantiga ao piano
que ingenuamente reverbera no azul, pálido
e este mar é somente meu e teu, os tolos se
esconderam.

As cenas, a corrida na ponte, o chalé no vale,
o turbilhão da vida, diante deles nos rimos
mas temo o Tempo por um instante, que temeroso
de nossa displiscência, nos tome e nos devore
como seus legítimos filhos, que ameaçam seu trono.
O tempo detesta as crianças, o Bastardo.

Eu te abraço e teu calor me conta
a história de um filme e bicicletas
e de crianças que também reinventam
seus amores e libertam pássaros
nas manhãs sem sol debruçados sobre o mar.

1 comment:

R. M. Peteffi said...

Dae Cecília!

A cidade está imersa em seus desdéns.
Nós nos perdemos do Tempo, e isso nos dá direito
ao canto

mas temo o Tempo por um instante, que temeroso
de nossa displiscência, nos tome e nos devore
como seus legítimos filhos, que ameaçam seu trono.

afuder...
essa segunda se ésquilo aparecesse depois de einstein, e fosse dramaturgo, escreveria uma tragédia assim, com certeza. é um baita tema...

putz, cecilia, já leu celine? tava lendo viagem ao fim da noite,a é um livro do cacete... o próximo vai ser as contas de vidro, do hesse...encontrei, finalmente...
:P

bom, isso aíiiiiiiii
té a próxima...

abrasssss