"A Virgem", Gustav Klimt
Para FP
Houve a noite da esfinge.
A esfinge reina soberana
e meu coração impaciente
voa aflito com aflições
de pombo desértico
Eu, criança, diante da porta
Do corpo da esfinge soberana.
Na boca da esfinge
O lagarto colheu dardos
De doces intumescências
No repentino verão
De noturnas florescências.
A esfinge sorri na areia.
Tempestades estrangeiras
Trouxeram os olores
Transparentes ervas úmidas
Com a bela silhueta escura
Da esfinge marinha.
Na noite da esfinge
Eu, nômade, bebi de anis
Em cálice tomado de dores
Risonhas e chuvas frescas.
A esfinge, bela na noite,
Reina soberana na areia.
O instrumento do demônio
Canta na garganta de cerejas amargas.
A esfinge reina soberana.
2 comments:
putz, o espírito de permanência egípcio...
o verso "o instrumento..." do final, uma das construções mais bonitas & interessantes que eu vi, ultimamente...
...digna de blake, mas com um toque do exuberante espírito latino...de um brilho a mais, e ficou muito bem equilibrado.
ñ vou dizer "parabéns" porque vc ñ tá no jardim de infância...rsrs
bjos!
to ficando curiosa. quem é fp?
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