Pudor
O canto da poesia não foi designado
aos belos deuses das esferas antiquadas
Nem aos belos corpos anacrônicos
dos ricos entediados, nem aos poderosos
armados, amargos, brutais, portentosos
que caminham sobre o mundo com
suas naves de mil janelas, grandes aves
Brutas aves gordas prontas para o abate.
O canto geral da poesia é para as joaninhas e os gatos
É para os sem voz, os condenados, os moribundos
A poesia é feita para os marginais sem mães,
as putas com seus filhos famintos, seus amores partidos,
é para os cegos, os esquizofrênicos
O canto geral é para os trabalhadores
ignorantes das marinas, das estivas.
O canto foi feito não para enaltecer
os egos de vaidosos spallas ou
arrogantes diretores de orquestra
Ou de políticos risonhos com suas mulheres
de vestidos longos, soirées cheirando a vinho
Nem para adornar o ventre
de princesas de cílios movediços
O canto foi feito para os pés rachados
dos sem-terra que aram e bradam e caminham
por essas sangrentas terras de meu Deus.
O canto foi feito para os pequenos artistas
mestres com seus jardins interiores
sem um centavo no bolso e amores perdidos
O canto foi feito para quem está nu.
O poema foi feito para os enjeitados,
as crianças de cinco anos
os suicidas que morrem de amor
Os rebeldes que já não têm nada a perder.
O canto não foi feito para vocês.
Monday, November 19, 2007
Sunday, November 18, 2007
Saturday, November 17, 2007
Hardy, o dândi da Matemática
The mathematician's patterns, like the painter's or the poet's must be beautiful; the ideas, like the colors or the words must fit together in a harmonious way. Beauty is the first test: there is no permanent place in this world for ugly mathematics.
A Mathematician's Apology, London, Cambridge University Press, 1941.
A Mathematician's Apology, London, Cambridge University Press, 1941.
A Pureza de Ideais de Hilbert
Mathematics knows no races or geographic boundaries; for mathematics, the cultural world is one country.
In H. Eves Mathematical Circles Squared, Boston: Prindle, Weber and Schmidt, 1972.
In H. Eves Mathematical Circles Squared, Boston: Prindle, Weber and Schmidt, 1972.
O Humor de Leonard Euler
[upon losing the use of his right eye]
Now I will have less distraction.
In H. Eves In Mathematical Circles, Boston: Prindle, Weber and Schmidt, 1969.
Now I will have less distraction.
In H. Eves In Mathematical Circles, Boston: Prindle, Weber and Schmidt, 1969.
Monday, November 12, 2007
Les Amants d'Un Jour, chanson de Piaf
Moi j'essuie les verres
Au fond du café
J'ai bien trop à faire
Pour pouvoir rêver
Mais dans ce décor
Banal à pleurer
Il me semble encore
Les voir arriver...
Ils sont arrivés
Se tenant par la main
L'air émerveillé
De deux chérubins
Portant le soleil
Ils ont demandé
D'une voix tranquille
Un toit pour s'aimer
Au coeur de la ville
Et je me rappelle
Qu'ils ont regardé
D'un air attendri
La chambre d'hôtel
Au papier jauni
Et quand j'ai fermé
La porte sur eux
Y'avait tant de soleil
Au fond de leurs yeux
Que ça m'a fait mal,
Que ça m'a fait mal...
Moi, j'essuie les verres
Au fond du café
J'ai bien trop à faire
Pour pouvoir rêver
Mais dans ce décor
Banal à pleurer
C'est corps contre corps
Qu'on les a trouvés...
On les a trouvés
Se tenant par la main
Les yeux fermés
Vers d'autres matins
Remplis de soleil
On les a couchés
Unis et tranquilles
Dans un lit creusé
Au coeur de la ville
Et je me rappelle
Avoir refermé
Dans le petit jour
La chambre d'hôtel
Des amants d'un jour
Mais ils m'ont planté
Tout au fond du cour
Un goût de leur soleil
Et tant de couleurs
Que ça m'a fait mal,
Que ça m'a fait mal...
Moi j'essuie les verres
Au fond du café
J'ai bien trop à faire
Pour pouvoir rêver
Mais dans ce décor
Banal à pleurer
Y'a toujours dehors...
... La chambre à louer...
Au fond du café
J'ai bien trop à faire
Pour pouvoir rêver
Mais dans ce décor
Banal à pleurer
Il me semble encore
Les voir arriver...
Ils sont arrivés
Se tenant par la main
L'air émerveillé
De deux chérubins
Portant le soleil
Ils ont demandé
D'une voix tranquille
Un toit pour s'aimer
Au coeur de la ville
Et je me rappelle
Qu'ils ont regardé
D'un air attendri
La chambre d'hôtel
Au papier jauni
Et quand j'ai fermé
La porte sur eux
Y'avait tant de soleil
Au fond de leurs yeux
Que ça m'a fait mal,
Que ça m'a fait mal...
Moi, j'essuie les verres
Au fond du café
J'ai bien trop à faire
Pour pouvoir rêver
Mais dans ce décor
Banal à pleurer
C'est corps contre corps
Qu'on les a trouvés...
On les a trouvés
Se tenant par la main
Les yeux fermés
Vers d'autres matins
Remplis de soleil
On les a couchés
Unis et tranquilles
Dans un lit creusé
Au coeur de la ville
Et je me rappelle
Avoir refermé
Dans le petit jour
La chambre d'hôtel
Des amants d'un jour
Mais ils m'ont planté
Tout au fond du cour
Un goût de leur soleil
Et tant de couleurs
Que ça m'a fait mal,
Que ça m'a fait mal...
Moi j'essuie les verres
Au fond du café
J'ai bien trop à faire
Pour pouvoir rêver
Mais dans ce décor
Banal à pleurer
Y'a toujours dehors...
... La chambre à louer...
Sunday, November 11, 2007
Khalil Gibran
“When you work you are a flute through whose heart the whispering of the hours turns to music. Which of you would be a reed, dumb and silent, when all else sings together in unison?”
Friday, November 09, 2007
Thursday, November 01, 2007
Laranjeiras na Chuva
As Luzes de Laranjeiras Quando Chove
Deus lacrimeja suas pratas entorpecidas.
Sinto o perfume da rua das Laranjeiras
e as árvores que murmurejam cores e um verde-claro
que é pizzicato que é de semifusas infantis
crianças perfumadas de pérolas que brincam na fresca noite
de chuva e lua na rua que vai dar no Cosme Velho.
Crianças com asas brilhantes
com seus brancos peitos arfantes
e seus olhos errantes
negros do escuro e preenchidos de estrelas
Crianças pálidas, azuis, douradas, prata
que flutuam fadas trites na rua de carros anis
Crianças atrás dos véus que são as folhas das paineiras
Sob a condescendência do Cristo e minhas lágrimas
de mulher apaixonada e criança que a infância tardou
chuva de Laranjeiras
Ouro entre as folhas escuras
Prata em intervalos diminutos e tons maiores
entre as copas principescas das árvores altas.
Quando chove em Laranjeiras
Sinos pequeninos que giram no ar são ouvidos
com o ouvido dos sonhos
com o silenciar dos desejos
com o desprendimento da alma
dado pela leve tristeza sábia
conferida pelos anos de delicadeza
e uma idade avançada.
Quando chove em Laranjeiras
ouço o repicar, o tilintar, o fecundar das luzes verdes
que em árias soltas e frias soltam suas vozinhas.
Veja seus cabelos de Órion, e Betelgeuse casta
no solitário suave céu de Laranjeiras
Cosme Velho, onde minhas estrelas adormecem frias e amorosas.
Deus lacrimeja suas pratas entorpecidas.
Sinto o perfume da rua das Laranjeiras
e as árvores que murmurejam cores e um verde-claro
que é pizzicato que é de semifusas infantis
crianças perfumadas de pérolas que brincam na fresca noite
de chuva e lua na rua que vai dar no Cosme Velho.
Crianças com asas brilhantes
com seus brancos peitos arfantes
e seus olhos errantes
negros do escuro e preenchidos de estrelas
Crianças pálidas, azuis, douradas, prata
que flutuam fadas trites na rua de carros anis
Crianças atrás dos véus que são as folhas das paineiras
Sob a condescendência do Cristo e minhas lágrimas
de mulher apaixonada e criança que a infância tardou
chuva de Laranjeiras
Ouro entre as folhas escuras
Prata em intervalos diminutos e tons maiores
entre as copas principescas das árvores altas.
Quando chove em Laranjeiras
Sinos pequeninos que giram no ar são ouvidos
com o ouvido dos sonhos
com o silenciar dos desejos
com o desprendimento da alma
dado pela leve tristeza sábia
conferida pelos anos de delicadeza
e uma idade avançada.
Quando chove em Laranjeiras
ouço o repicar, o tilintar, o fecundar das luzes verdes
que em árias soltas e frias soltam suas vozinhas.
Veja seus cabelos de Órion, e Betelgeuse casta
no solitário suave céu de Laranjeiras
Cosme Velho, onde minhas estrelas adormecem frias e amorosas.
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