IV
Não durmo.
Não lamento.
Estou só e vou morrer.
Estou nua a correr
na neve, na chuva
na lama, no breu.
Não durmo,
não vigio as entradas
entram insetos que gritam
entrevoam luzes de pássaros
que já morreram.
Também vêm com o vento
da janela generosa
flores e perfumes
e gemidos de amor
e cantigas de mães.
Não durmo
e não falo
pois há que ser religioso
com as coisas da madrugada.
1 comment:
Cecília! Os seus comentários são mais do que bem vindos! Aliás, mesmo que eu fosse avessa a que dissessem qualquer coisa sobre o que eu publico (no sentido de tornar público) no blog - o que seria muito imporovável -, simplesmente pelo fato de você ter sido convidada a nos visitar por uns de meus companheiros já seria mais do que suficiente para a sua presença não ter de pedir licenças.
Só agora estou olhando para o seu blog. E também gostei muito do que vi! Sua madrugada parece lembrar bem o que a minha costuma ser.
Espero que continuemos a nos visitar!
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