Tuesday, December 15, 2009
Lilás
Lilás - eis a cor
dos mais devastadores crepúsculos.
Na estrada e pela janela
a copa das árvores escondem
partidas e lamentos.
Lilás na corda do violoncelo
azul e vermelho na corda do violão
partidas e blues mancham
o fim de um dia sem ar.
Lilás é a cor
da inocência que se deita como feto
no riso do bêbado no canto do bar.
Ela que pensávamos ter navegado
para mares onde não exista dor.
Hiperbórea, casta, mas há vasta consciência.
Lilás é a cor da mente dos anjos.
Eles que seguram a espada
enquanto rogam a Deus por aqueles que sacrificam.
Lilás, cor da música em mi bemol menor.
Tinge de óleo e aroma a sujeira que deixaram
os exércitos usurpadores, os violentos.
Cor dos fins, das saídas, dos nobres passos atrás da porta.
Lilás que se ergue em frio cinza azulado
nas lágrimas da anciã sorrindo sobre a memória.
Cor da morte do grande amor,
cor da lembrança de grandes dias em ânsias por noites de paz.
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