Wednesday, January 12, 2011

Persas




Poeira e mesmo assim armadura
poema e ainda assim lança e espada

Quando canto não carrego penas e tintas
Não verão meus versos os homens na feira
mas sentirão os rastros do vento de minha cavalaria.

E quando despertarem, terão suas camas inundadas
e suas crianças desaparecidas na névoa,
suas pitonisas fumando nas alcovas
com os olhos prostrados nos cantos de aranhas e livros.

Quando despertarem seus governos serão interinos
e suas moedas desfeitas em cinzas.
Seu fogo será feito de vaga-lumes
e contarão apenas com a lua, mãe de todos os sonâmbulos
e irmã dos anoréxicos e lívidos de medo.

Meus braços são de anêmonas
minhas pernas de areia
meus cabelos de lâminas de neve
e meus olhos de palavras do livro sagrado.

9 comments:

A.J.Poettos said...

Definitivamente, não encontrei palavras para definir o que senti com tuas palavras:
inebriante, talvez.
"Enivrez-vous, de vin, de poesie...".

Cecil said...

Merci beaucoup, Mademoiselle Naju. :)

Wagner Sabbado da Rosa said...

Gostei do comentario que tu deixou la no cabeça vazia. Como sou curioso, vim ver teu blog. Post profético esse, viajei nessa poesia sem tinta e nem pena. Nessa onda violenta feita de elemntos da natureza que vira mudar as coisas e etc. Achei muito legal mesmo!
Continuarei a passear pelos teus blogs!

Wagner Sabbado da Rosa said...

Gostei do comentario que tu deixou la no cabeça vazia. Como sou curioso, vim ver teu blog. Post profético esse, viajei nessa poesia sem tinta e nem pena. Nessa onda violenta feita de elemntos da natureza que vira mudar as coisas e etc. Achei muito legal mesmo!
Continuarei a passear pelos teus blogs!

Cecil said...

Oi Wagner, obrigada por vir aqui. De fato eu nem estava pensando nesse lance de catástrofe natural, foram outras inspirações, libertárias, pessoais e políticas, aspirações... mas a Natureza encarna tudo o que há de poderoso e verdadeiramente libertário nesse mundo.
Um abraço. :)

Tami l'etrange said...

Senti falta dos teus textos...
E como disse Naju não encontrei palavras para definir o que senti. Como sempre, conseguiu encontrar uma forma de tornar tudo banal comparado com a perfeição com a qual escreve.

:*

Wagner Sabbado da Rosa said...

Na verdade, eutenho um grande roblema de interpretar da mesma forma que o autor. Eu viajo muito ou pouco, sei la! Mas acho legal isso.

Cecil said...

Muito obrigada, Tami... fico muito feliz com os comentários de pessoas sensíveis...
Um beijo.

Um brasileiro said...

Oi. Tudo blz? Estive por aqui. Interessante. Apareça por la. Abraços.