A hora se fez dourada do cinza.
Parece-me que vou morrer.
A tarde se fez verde do marrom.
É a última hora de minha vida.
O anoitecer se fez vermelho da chuva.
É o palpitar do fim, menos que grotesco.
Chega-me um anjo de meia-idade
e fala-me com voz de bebedor de uísque.
A chuva cessou nas mãos de um ourives
e fantasmas jovens sussurram sobre os muros.
Vozes nos lençóis do tempo,
vozes nas vozes do horror congelado.
Tarde, enlouqueço.
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