Saturday, January 07, 2012

Leve



Leve púrpura nascente da flor que é branca.
Leves algas que se espalham com a chuva vesperal.

Marina a música de sol e lua,
voz imanente entre mariscos e céu,
canto ilustrado de partituras e iluminuras astrais.

Leve a presença na areia,
sem memórias, sem história,
sem pragas rogadas ou
inquisições amargas.
Leve a pétala e leve a cor
violeta do oceano.

Gatinhos observam a tarde,
e abrem suas bocas de sono na manhã entediante.
Olhinhos de estrela, leves as garras no parapeito.

Mas eis uma presença monolítica e noturna
brilhando no fundo da água de esmeralda
na praia, nas árvores, nas manhãs e ao meio-dia.

Cantiga de todo o tempo no corpo leve como estrelas.

2 comments:

tork said...

gosto dessas nuanças, dessas oscilâncias, lucilações, que deliciosamente contrapõem um poema e outro...

Cecil said...

Saudade, tork... outro dia visitei seu espaço mas não comentei... o texto era pura seda e eu tive medo de estragar tudo.:)

Obrigada! Um abraço.