Sunday, March 10, 2013
Refúgio
Não tenhas medo, amor
de atravessar a soleira da porta.
Não tenhas medo do desamor ou do cansaço,
não temas a solidão repentina ou o descaso.
Não tenhas receio de entrar em meu quarto,
de deitar seu corpo em minha cama humilde.
Meu calor, a clausura escura, velas e vinho
te receberão fatigado e triste,
como a um rei persa derrotado.
E também te receberão forte e palpitante,
quando a alegria te invadir a casa do espírito.
Quando a libertação chegar,
terás, como sempre, o doce café, o beijo, a suave luz verde.
Cantarei uma toada singela de borboletas,
tal qual uma frase mágica, e de repente,
como uma criança num guarda-roupa,
adentrarás em meu mundo de cores vivas,
e música para cello e piano.
Adormecerás liberto, leve, seguro,
como uma lagarta que ignora a noite sinistra lá fora,
para despertar viva e com asas vermelhas,
aquecendo-se sobre folha de capim.
E serás ainda mais vivo,
e nosso Nirvana estará próximo,
e nossas manhãs serão de cânticos doces rosa-chá,
e música para cello e violino soará pelos nossos dias.
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