Para se fazer musicista
precisa-se de grande intimidade
com o silêncio, a vasta tundra
o morno campo à beira-rio
Para se compreender as formas
e comerciar com as profusões
é indispensável estarmos atentos
à envoltória de silêncio
que veste qual cetim todo o entendimento
Uma placenta de miríades perfumadas
Uma galáxia de curvas e fenômenos
Um coquetel nauseante de sons e partituras
Para serem maternalmente contidos
no seio da silenciosa atitude
que curva levemente a espinha dorsal
japonesa, fina e lúcida como estudos
com lápis e um piano na noite embargada de anis.
2 comments:
Ñ dá nada...valeu pelo bookmark, então...
"Se Deus existisse, seria o abismo negro. E o Diabo o barqueiro que faz a passagem entre os abismos."
Putz, cínico, e basicamente o que eu acho...
=o]]
Belíssimo poema...ótimas imagens, e enfim, é uma verdade..
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