um imenso buquê
de sangrentas magnólias
só eu sei em meu silêncio
só eu as vejo, ninguém me disse
doloridas vitórias-régias
começam a se abrir no lago frio
eu sozinha pressinto a calamidade
vermelha de girassóis
um gigante balé circular
de serpentes pulsa sob o frio
só eu ouço o rodamoinho
e a tensão em seu olho imóvel
um coeso arranjo de orquídeas
no centro imenso do calafrio
só eu pressinto a calamidade
das folhas douradas de arrepio
o absurdo silêncio de cordas
afinadas no terror e no desvario
só eu pressinto, sozinha em silêncio
a chama hostil no copo vazio
2 comments:
depois, li teu poema, estrofe por estrofe, a partir da última...
também muito interessante...
Lindo poema!
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