Wednesday, August 02, 2017
Cantilenas em alto mar (parte 1)
I.
Cavalos correm no deserto
e eu não pertenço a esta nação
II.
Um lençol branco se estendeu
nas colinas da minha mente.
III.
Pés leves e olhos aquáticos
flechas zunindo da água do riacho
pensamento insone, liberdade
IV
A batalha se estende nos campos mal lavrados
contra um exército fantasma que corrói a carne
de dentro para fora
parca razão de viver consumida lentamente
pelo fogo-fátuo do passado
Luta amarga, cavalgada em vau escuro
V.
Há dias em que cachos de madrepérola e algas verdes
enredam-se nos sulcos desencontrados do meu cérebro
ébria de esperança no caos questiono os seres do ar:
correrão pela praia os vórtices livremente?
VI.
Escurece mas ainda é cedo.
Um bando de albatrozes vem do mar, vem me buscar.
Uma face com grandes olhos me observa do horizonte
enquanto aves furiosas vêm me buscar.
Anoiteceu e esse deus maligno cobre o mundo
tocando um flautim anil no abismo da galáxia
enquanto gaivotas vêm me buscar.
Um esquálido coral entoa um Kyrie
enquanto o céu se precipita em pranto.
Uma cavalgada de borboletas tristes vêm me buscar.
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