Sunday, November 02, 2008

Cantilena de Amor no Escuro


"Maria Madalena", Georges De La Tour



Acabou-se a luz
Da lâmpada elétrica
Escrevi patética
Uma ilha de luz.

Compondo no escuro
Cegueira e grafite
Desenhei no sulfite
Teus olhos de escuro.

Envolvida em breu
Núcleo quente da vela
Cultivo com ela
Teus cabelos de breu.

No espaço sem fim
A ilha dourada
Ampara a esplanada
De saudade sem fim.

De dentro do escuro
Palpita o pardal quente
Do desejo urgente
De vôo no escuro.

1 comment:

R. M. Peteffi said...

pô, é foda mesmo...pequenas ilhas de luz...mais ou menos como galáxias...!

pô, o comentário foi generoso...:oP já que c falou antes, falo agora tbm...

pô ainda,faz um tempo que me propus a, antes de tudo, dar - com alguma ordem precisa de palavras - o máximo de exatidão pra certas intuições que vagam por aí. tudo sempre foi muito vago pra mim, mesmo as coisas que eu entendia bem...e às vezes tenho a impressão que nunca fui uma pessoa consciente - quer dizer, vivo numa espécie de limbo...e acho que isso reflete no que eu faço...e daí fico puto...
...por isso que teu comment foi generoso...mas gostei...:oD (,)

e pô de novo, como gostei tbm desse teu poema...principalmente do recurso estilístico...a rima de palavras iguais com matizes diferentes...é mais ou menos como em música isso, que cada nota tem uma função diferente, dependendo da escala... (???!!!) bom, c entendeu..rs
interessante...FP anda sendo uma ótima fonte de inspiração pra vc... os poemas são todos bem bons, (o do minotauro tbm, que n tive chance de comentar...) isto é bem mais que simplesmente colocar um escorpião numa garrafa.

por fim, uma história do grande sufi nasrudin, prum dia melhor...

"Ao ouvir um forte estrondo, a mulher de Nasrudin saiu correndo até o quarto.
'Não precisa se preocupar', disse o Mullá, 'foi apenas meu manto que caiu no chão'.
'O quê? E fez um barulho desses?'
'Sim, é que na hora eu estava dentro dele".

rs

bjo!