Sunday, January 20, 2013

Vampiro




Chove e amanhece na rua pálida de fadiga
de ter presenciado gritos e estertores antigos
e cânticos tristes de muita melancolia,
que deixou o Vampiro quando partiu.

Na noite vermelha surgiu uma anêmona,
estranha e frágil em sua vida de ser marinho
nascido fora de seu habitat escuro e seguro.
Na rua pálida, uma anêmona branca e triste.

O Vampiro veio como sombra de eras futuras,
e sua boca encheu de sangue a flor marinha
e ninou seus terrores com histórias de viagens ao vento
e concertos com pequenas orquestras de corda.

Na noite fria, na chuva triste, na rua vazia
o Vampiro caminhou amoroso,
com uma flor carmim nas mãos,
pulsando de perfumes apaixonados.

Ele partiu, e deixou sua flor aninhada
em meu seio, como um coração perfumado.
Ele partiu para longe deixando na rua chuvosa
a memória de sangue, calor e um perfume de flores marinhas.


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