Dark angel rising, de Neil A. Pike
Escuro dia que sucede
uma noite cintilante,
um corpo pulsante,
uma flor arfante.
Febre vermelha desata,
capa de seda negra.
Letras num manto de ardor anil
literatura do desejo preso num covil.
Arca de vontades,
bondes de crueldades de amor
lustres e meias rendadas,
taças a ponto se serem quebradas.
Amor que pulsa numa gruta,
sem ser visto e, de repente,
explode enlouquecido,
mas imenso e divino, luta
para ser visto e bendito,
por seu amado, precisa de sangue
e se espalha eterno e real,
frágil e em movimento, como o espaço sideral.
Luz vermelha na rua suja,
e vejo morcegos e gatos no breu.
Esta que se equilibra de corpete sou eu,
sob a lamparina de querosene.
No meio do Destino atlântico,
no caos da tempestade de deuses hindus,
fúria e vazio de nossos teares de vida,
meu amor surge tecido, vestido, painel, mural,
e desejo universal.
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